quarta-feira, 8 de junho de 2011

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO MÉTODO

            O método Pilates é a fusão da abordagem oriental e ocidental. Através das técnicas orientais que visam o relaxamento, respiração, concentração, controle e flexibilidade somados à técnica ocidental visando a ênfase no movimento com força, surgiu então a essência dos princípios do método Pilates (CRAIG, 2003).
            São seis os princípios pelos quais o método de Pilates é organizado e executado: centro de força, concentração, respiração, controle, precisão e fluidez (LIMA, 2006).

1. Centro de força
O corpo humano tem um centro físico de onde partem todos os movimentos. Joseph Pilates chamou essa área como “centro de força”. O centro de força é definido como o “cinturão” que se estende desde a base das costelas até a região inferior da pélvis. É formado pelo abdômen, região lombar e as nádegas. Constitui o pilar fundamental do método (APARÍCIO; PÉREZ, 2005).
Os três músculos abdominais (o reto abdominal, os oblíquos externos e internos e o transverso abdominal) trabalham com os músculos da coluna (os mais importantes são os multífidos e o quadrado lombar) para formar o centro de força. Os praticantes do método Pilates também incluem o assoalho pélvico na “casa de força” pela forma que este arranjo de músculos e ligamentos conecta-se ao sistema nervoso central dos músculos profundos abdominais (CRAIG, 2004).
Todo trabalho começa a partir do centro de força e continua a partir dali. O centro suporta o tronco, ajuda a melhorar a postura, facilita movimentos equilibrados e afina o controle motor das extremidades e, assim, previne a dor nas costas e outras lesões, e implica em menos fadiga (APARÍCIO; PÉREZ, 2005).

2. Concentração
            A concentração traz o controle e coordenação neuromuscular, que garantem movimentos seguros e que os exercícios sejam realizados de forma automatizada e repetitiva. Deve-se atingir um nível de concentração, usando a mente para reeducar os músculos e estar de corpo totalmente presente em todos os movimentos do exercício (CRAIG, 2003).

3. Respiração
            É o princípio mais importante. A respiração é o grande diferencial para se obter um resultado profundo com os exercícios do Pilates.  A respiração eficiente está diretamente ligada à saúde. Ela estimula as células, aumenta a oxigenação do sangue, elimina gases nocivos e, junto com os exercícios, ajuda a relaxar os músculos, diminuindo o nível de tensão, ajudando no controle dos movimentos. Deve-se inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Na inspiração leva o ar para a parte lateral da caixa torácica; na expiração ativa o transverso abdominal, usando a imagem do umbigo colado à sua coluna. Essa contração deverá ser mantida durante todos os exercícios, ajudando na estabilização da região lombar e pélvica (CAMARÃO, 2004).
         A regra geral é inspirar para preparar e expirar para fazer, respirando naturalmente, e não forçada ou controlada. Mas, acima de tudo, não prender a respiração. Os padrões de respiração de Pilates são uma terapia: diminuir o ritmo da respiração, aumentar sua profundidade e unir a respiração ao movimento. Os padrões de respiração ajudam a ir de um movimento a outro (CRAIG, 2003).
           
4. Controle
            O controle é uma chave essencial para se conseguir a qualidade desejada do movimento, que tem que ser preciso, pois nada no método é casual.  Quando o trabalho é realizado a partir do centro de força e com absoluta concentração, controlam-se os movimentos executados sem permitir que os hábitos ou a gravidade tomem conta deles. Joseph Pilates chamou seu método de “contrologia”. É importante conseguir o controle do corpo em movimento, da mente sobre o corpo e do padrão da respiração (APARÍCIO; PÉREZ, 2005).

5. Precisão
            A precisão é a perfeita comunicação entre a mente e o corpo (DILLMAN, 2004).
            A precisão define a perfeição do movimento. Para isso é necessário que o centro de força esteja acionado, que o praticante esteja concentrado e com total controle do corpo (CRAIG, 2003).
Todos os exercícios têm uma estrutura clara, uma forma precisa e uma dinâmica adequada. Deve-se prestar muita atenção aos detalhes, já que a qualidade nos movimentos é mais importante que a quantidade. A precisão ajuda a aumentar o controle, além de combater hábitos e padrões de movimento não desejados (APARÍCIO; PÉREZ, 2005).

6. Fluidez
            Os exercícios são seqüências de movimentos brandos, sem procedimentos bruscos e com uma dinâmica específica. Nada deve ser demasiado rápido nem demasiado lento (APARÍCIO; PÉREZ, 2005).
            Os movimentos devem ser executados harmoniosamente, no ritmo respiratório, de forma lenta, com leveza e com o máximo de amplitude articular (LIMA, 2006).
Joseph Pilates pregava que a concentração e a precisão com as quais os exercícios devem ser realizados exigem do praticante total controle e percepção de seu corpo, o que funciona como estímulos proprioceptivos de grande magnitude, os quais são responsáveis pela tomada da consciência corporal, isto é, o indivíduo passa a conhecer mais seu próprio corpo, buscando a harmonia de suas estruturas e promovendo uma melhor utilização das mesmas (GAGNON, 2005). 

Entendendo esses princípios fica mais fácil saber porquê o método, quando bem feito, proporciona execelentes resultados! 

Referências Bibliográficas: 
APARÍCIO, Esperanza; PÉREZ, Javier.  O autêntico Método Pilates: A Arte do Controle.  São 
   Paulo : Planeta do Brasil, 2005. 294p.  
CAMARÃO, Teresa.  Pilates no Brasil: corpo e movimento. Rio de Janeiro : Alegro, 2004. 224p.
CRAIG, Colleen.  Pilates com a bola.  1ª ed.  São Paulo : Phorte, 2003. 171p.
CRAIG, Colleen.  Abdominais com a bola. 1ª ed. São Paulo: Phorte, 2004. 191p.
DILLMAN, Erika.  O pequeno livro de Pilates: Guia prático que dispensa professores e  
   equipamentos.  Rio de Janeiro : Record, 2004. 176p.
GAGNON, L. H.  Efficacy of Pilates  exercises as therapeutic intervention in treating patients 
   with Low Back PainTese (Doutorado) - The University of Tennessee, Knoxville, 2005. 
   Disponível em: <http://www.efisioterapia.net/descargas/pdfs/228desequilibrios-musculares.pdf>
LIMA, Ana Paula Peixoto.  Os Efeitos do Método Pilates em mulheres na faixa etária de 25 a  
  30 anos com lombalgia crônica.  2006.  43f.  Monografia (Bacharelado em Educação Física)-Faculdade de Educação Física, Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2006.  

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